Nos últimos dias, um nome ganhou destaque nas redes sociais e no debate público: Felca. Conhecido por seus vídeos bem-humorados e opiniões afiadas, o influenciador surpreendeu ao trazer à tona um tema sério e urgente. Em uma de suas postagens mais comentadas, Felca denuncia adultização de menores, mostrando situações em que crianças e adolescentes são expostos de forma inadequada, muitas vezes com incentivo ou descuido dos próprios responsáveis.
A repercussão foi imediata. Milhares de internautas passaram a compartilhar o conteúdo, enquanto outros questionaram até que ponto as redes sociais e a indústria do entretenimento têm responsabilidade sobre esse problema. Mas, afinal, quem é Felca? O que exatamente ele denunciou? E por que esse assunto precisa ser discutido agora? Neste artigo, vamos explorar o perfil do influenciador, os detalhes da denúncia e a importância de combater a adultização infantil.
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Quem é Felca?
Felca, nome artístico de Felipe Calixto, é um influenciador digital brasileiro que construiu sua popularidade no YouTube e outras redes sociais com humor ácido, críticas sociais e vídeos de entretenimento. Começou sua carreira em 2012, publicando gameplays, mas logo migrou para um formato humorístico, no qual interpreta um personagem irônico que aborda temas atuais com sarcasmo, muitas vezes revisitando assuntos já “esfriados” para tratá-los de forma engraçada.
Sua linguagem simples e próxima do público jovem, combinada com a mistura de ironia e informação, faz com que suas mensagens tenham grande alcance. Em 2023, viralizou com o vídeo “testei a base da Virgínia”, no qual satirizou blogueiras de maquiagem e expôs a baixa qualidade de um produto, alcançando mais de 19 milhões de visualizações. No mesmo ano, chamou atenção ao ironizar as “lives de NPC” do TikTok, revelando ter arrecadado R$ 31 mil com o formato e doado todo o valor para instituições de caridade.
Outro destaque foi a crítica a influenciadores que promovem apostas esportivas, o que lhe rendeu um convite para participar da CPI das Bets. Mais recentemente, publicou o vídeo “adultização”, no qual denunciou a exploração de menores na internet e citou casos como os dos influenciadores Hytalo Santos e Kamylinha Santos. A repercussão levou à exclusão dos perfis de Hytalo e Kamylinha no Instagram e ao anúncio de processos contra mais de 200 contas no X.com por difamação. O vídeo já ultrapassa mais 20 milhões de visualizações em apenas dois dias e trouxe ao canal mais de 1 milhão de novos inscritos.
O que é adultização de menores?
A adultização de menores acontece quando crianças ou adolescentes são expostos, incentivados ou até pressionados a adotar comportamentos, aparência ou responsabilidades que não condizem com a sua idade. É como se a infância fosse encurtada, fazendo com que eles pulem etapas importantes do desenvolvimento para assumirem um papel que pertence ao mundo adulto.
Esse fenômeno pode aparecer de várias formas: desde roupas e maquiagens que sexualizam a criança, até conteúdos e interações nas redes sociais que exploram sua imagem de maneira inadequada. Muitas vezes, a adultização é mascarada como “fofura” ou “maturidade precoce”, mas, na prática, ela pode gerar consequências emocionais sérias, como ansiedade, baixa autoestima e dificuldade de estabelecer limites saudáveis no futuro.
O problema é que, nas redes sociais, a adultização pode ser ainda mais grave. Plataformas como Instagram, TikTok e outras facilitam a exposição da imagem de menores, e quando essa exposição é feita de forma sensualizada ou exploratória, abre espaço para riscos como assédio, bullying e até crimes virtuais.
Mais do que um debate sobre moda ou tendências, a adultização é uma questão de proteção e direitos da criança e do adolescente. Garantir que eles vivam cada fase no seu tempo não é apenas preservar a inocência, mas também cuidar de seu bem-estar físico, emocional e psicológico.
O vídeo que deu início à denúncia
No vídeo em questão, Felca faz críticas diretas à forma como determinadas postagens e conteúdos sexualizam ou expõem menores de idade. Ele ressalta que, embora parte da responsabilidade recaia sobre quem produz o conteúdo, há também um papel importante a ser assumido por pais, responsáveis e plataformas digitais.
Sua fala, direta e sem rodeios, incomodou alguns e foi amplamente apoiada por outros. A discussão rapidamente se espalhou pelo X.com, Instagram e TikTok, levando o assunto para além da bolha de seguidores do influenciador.
Reações nas redes sociais ao vídeo de Felca
O vídeo de Felca sobre a adultização de menores rapidamente se espalhou pelas redes sociais, gerando uma onda de comentários, compartilhamentos e debates. Muitos internautas elogiaram a coragem do influenciador em abordar um tema delicado de forma direta e sem rodeios, enquanto outros apontaram que esse tipo de conversa é essencial para conscientizar tanto pais quanto criadores de conteúdo.
A repercussão não ficou restrita ao público geral. Diversos influenciadores e páginas voltadas para educação digital compartilharam o vídeo, reforçando a importância de discutir a exposição de crianças na internet. O tema também ganhou espaço em fóruns e grupos, onde usuários relataram experiências pessoais e apontaram casos semelhantes que já presenciaram.
A responsabilidade das plataformas
Quando um tema tão sensível como a adultização de menores ganha espaço nas redes, não dá para ignorar o papel das próprias plataformas onde esse conteúdo circula. Empresas como YouTube, Instagram, TikTok e outras afirmam ter políticas rígidas para proteger crianças e adolescentes, mas, na prática, a fiscalização muitas vezes deixa a desejar. O que Felca mostrou em seu vídeo é que, mesmo com regras no papel, conteúdos que sexualizam ou expõem indevidamente menores ainda encontram brechas para se espalhar.
O problema não está apenas no que é postado, mas também no que é recomendado. Algoritmos, que deveriam priorizar segurança, muitas vezes acabam impulsionando vídeos problemáticos simplesmente porque geram cliques e engajamento. Isso coloca em xeque o compromisso real das plataformas com a proteção do público infantil. É como se, ao mesmo tempo em que colocassem placas de “proibido”, deixassem as portas abertas.
Outro ponto importante é a velocidade de resposta. Em muitos casos, conteúdos nocivos ficam dias ou até semanas no ar antes de serem removidos — tempo suficiente para alcançarem milhares ou milhões de pessoas. Isso levanta a pergunta: será que as plataformas realmente investem em moderação eficiente, ou só agem quando a repercussão se torna grande demais para ser ignorada?
Por isso, a fala de Felca não é apenas um alerta para pais e usuários, mas também um chamado para que as gigantes da tecnologia assumam um compromisso mais firme e transparente com a segurança das crianças online. É preciso ir além de comunicados formais e mostrar, na prática, que proteger menores não é opcional, é prioridade.
Como proteger crianças e adolescentes do mundo online?
Garantir a segurança das crianças e adolescentes na internet não é apenas uma preocupação de pais e responsáveis — é uma tarefa que envolve educadores, a sociedade e até os próprios jovens. A primeira medida é manter o diálogo aberto. Muitas vezes, o problema começa quando a criança tem medo de contar o que vê ou vive na internet. Criar um ambiente de confiança, onde ela se sinta segura para falar, é o primeiro passo para prevenir situações de risco.
Outra prática essencial é acompanhar o que a criança consome online. Isso não significa vigiar de forma invasiva, mas estar presente e interessado. Por exemplo, assistir a alguns vídeos juntos, perguntar sobre os criadores de conteúdo que ela segue e entender quais jogos ou aplicativos mais utiliza. Esse tipo de aproximação ajuda a identificar sinais de conteúdo inapropriado antes que ele se torne um problema.
O uso de ferramentas de controle parental também é um aliado importante. Elas permitem limitar o tempo de uso, filtrar palavras-chave e bloquear sites e aplicativos perigosos. No entanto, o controle tecnológico sozinho não resolve — ele deve vir acompanhado de orientação e educação digital, para que o jovem saiba tomar decisões conscientes mesmo sem supervisão constante.
Outro ponto é ensinar pensamento crítico. Explicar que nem tudo o que está na internet é verdadeiro, que existem pessoas mal-intencionadas e que compartilhar informações pessoais pode ser perigoso. Isso dá às crianças um “filtro interno” que vai além das regras técnicas.
Por fim, é fundamental que pais, educadores e até outros familiares se atualizem sobre as novas tendências online. Plataformas, desafios virais e formatos de conteúdo mudam rápido. O que hoje é popular pode ser arriscado amanhã. A melhor forma de proteger é estar informado e pronto para orientar.
Reflexão e responsabilidade no ambiente digital
O posicionamento de Felca sobre a adultização de menores foi muito mais do que um simples vídeo de denúncia — foi um alerta necessário sobre os riscos que o ambiente online oferece para crianças e adolescentes. Apesar de a internet ser um espaço que possibilita aprendizado, diversão e oportunidades, ela também pode expor jovens a situações para as quais ainda não estão preparados emocional ou psicologicamente.
Ao expor casos de exploração e dar visibilidade ao tema, Felca cumpriu um papel social importante: o de provocar reflexão. Sua mensagem atingiu não apenas seu público habitual, mas também pais, responsáveis, educadores e outros criadores de conteúdo. Ao fazer isso, ele colocou em pauta uma questão essencial: qual é a responsabilidade de cada um na construção de um espaço digital saudável e seguro para os mais jovens?
Esse tipo de posicionamento serve como um convite para que todos — da família ao mercado publicitário — repensem a forma como crianças e adolescentes são retratados e expostos na internet. Mais do que proteger a imagem desses jovens, é preciso garantir que suas experiências online sejam adequadas à idade e livres de riscos que possam comprometer seu bem-estar futuro.